Estrutura do estrato arbóreo e regenerativo de um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual em Itumbiara, GO

Autores

  • Michel Eduardo Valentim Milhomem Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
  • Glein Monteiro Araújo
  • Vagner Santiago do Vale

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509812352

Palavras-chave:

estratificação, grupos ecológicos, síndrome de dispersão

Resumo

http://dx.doi.org/10.5902/1980509812352

As Florestas Estacionais Semideciduais ocorrem em alguns locais no Bioma Cerrado, mas estão sendo suprimidas em meio à ampla matriz agropecuária no Brasil Central. O objetivo do trabalho foi caracterizar a estrutura horizontal e vertical, as síndromes de dispersão, os grupos sucessionais e a similaridade florística do estrato arbóreo e regenerativo de um trecho de fragmento de Floresta Estacional Semidecidual no município de Itumbiara, GO. Todos os indivíduos arbóreos vivos com circunferência do tronco a altura do peito (CAP) ≥15 foram identificados e medidos quanto à altura e circunferência do tronco em 25 parcelas de 20 x 20 m. A amostragem do estrato regenerativo foi realizada em 25 subparcelas de 10 m x 10 m, totalizando 0,25 ha, alocadas no vértice inferior direito das parcelas utilizadas para a amostragem do estrato arbóreo. Nestas subparcelas foram identificados e contados todos os indivíduos regenerantes de espécies arbóreas com altura maior ou igual a 1 m até aqueles com CAP < 15 cm. Para o estrato arbóreo foi calculados: a densidade, frequência, dominância, valor de importância e a estratificação vertical. Nos dois estratos foram amostradas 100 espécies. A espécie com maior valor de importância no estrato arbóreo foi Nectandra megapotamica (Spreng) Mez, e no estrato regenerativo Siparuna guianensis Aubl teve maior número de indivíduos. Ambos os estratos apresentaram maior proporção de espécies secundárias iniciais e a zoocoria foi a síndrome de dispersão mais frequente. A estrutura fitossociológica atual mostra que o fragmento contém diversas espécies pouco representadas em outras Florestas Semideciduais, o que mostra a sua importância como área de preservação permanente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARAÚJO, G. M.; HARIDASAN, M. Estrutura fitossociológica de duas matas mesófilas semidecíduas, em Uberlândia, Triângulo Mineiro. Naturalia, Rio Claro, v. 22, p. 115-129, 1997.

CATHARINO, E. L. M. et al. Aspectos da composição e diversidade do componente arbóreo das florestas da Reserva Florestal do Morro Grande, Cotia, SP. Biota Neotropica, Campinas, v. 6, p. 1-28, 2006.

CECCON, E.; HUANTE, P.; RINCÓN, E. Abiotic Factors Influencing Tropical Dry Forests Regeneration. Brazilian Archives of Biology and Technology, Curitiba, v. 49, n. 2, p. 305-312, 2006.

APG III. A phylogenetic classification of land plants to accompany APG III. Botanical Journal of the Linnean Society v. 161, n. 2, p. 122-127, 2009.

CLARK, C. J.; POULSEN, J. R. The role of arboreal seed dispersal groups on the seed rain of a lowland tropical forest. Biotropica, v. 33, p. 606-620, 2001.

CONNELL, J. H.; GREEN, P. T. Seedling dynamics over thirty-two years in tropical rain forest tree. Ecology, v. 81, n. 2, p. 568-584, 2000.

COLWELL, R. K. 2005. EstimateS: Statistical estimation of species richness and shared species form samples. Versão 7.5.

COLWELL, R. K.; CODDINGTON, J. A. Estimating the extent of terrestrial biodiversity through extrapolation. Philosophical Transactions of the Royal Society of London. Series B, Biological Sciences, v.345, p. 101-118, 1994.

DE STEVEN, D. Tropical Tree Seedling Dynamics: Recruitment Patterns and Their Population Consequences for Three Canopy Species in Panama. Journal of Tropical Ecology, v. 10, n.3, p. 369-383, 1994.

DELISSIO, L. J.; PRIMACK, R. B. The impact of drought on the population dynamics of canopy-tree seedlings in an aseasonal Malaysian rain forest. Journal of Tropical Ecology v. 19, p. 489-500, 2003.

DIAS NETO, O. C. et al. Estrutura fitossociológica e grupos ecológicos em fragmento de Floresta Estacional Semidecidual, Uberaba, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 60, n. 4, p. 1087-1100, 2009.

FERREIRA JÚNIOR ,W. G. et al. Composição florística da vegetação de um trecho de Floresta Estacional Semidecidual em Viçosa, Minas Gerais, e espécies de maior ocorrência na região. Revista Árvore, Viçosa, v. 31, n. 6, p. 1121-1130, 2007.

GANDOLFI, S.; LEITÃO-FILHO, H. F.; BEZERRA, C. L. Levantamento florístico e caráter sucessional das espécies arbustivo-arbóreas de uma Floresta Mesófila Semidecídua no município de Guarulhos, SP. Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, v. 55, p. 752-767, 1995.

GARWOOD, N. C. Seed germination in a seasonal tropical forest in Panama: a community study. Ecology Monographs, v. 53, p. 159-181, 1983.

GILBERT, I. R.; JARVIS, P. G.; SMITH, H. Proximity signal and shade avoidance differences between early and late successional trees. Nature, v. 411, p. 792-795, 2001.

GUSSON, A. E. et al. Características químicas do solo e estrutura de um fragmento de Estacional Semidecidual em Ipiaçu, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia, Rio de Janeiro, v. 60, p. 403-414, 2009.

HARTSHORN, G. S. Neotropical Forest Dynamics. Biotropica, v. 12, p. 23-30, 1980.

IBGE. Mapa de Solos do Brasil. Rio de Janeiro. 2001.

IMAÑA-ENCINAS, J. et al. Estrutura diamétrica de um trecho de floresta estacional semidecidual na área do ecomuseu do cerrado, Goiás. Cerne, Lavras, v. 15, n. 2, p. 155-165, 2009

INOSHITA, L. S. et al. Composição florística e síndromes de polinização e de dispersão da mata do Sítio São Francisco, Campinas, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Novo Horizonte, v. 20, p. 313-327, 2006.

KÖPPEN, W. Climatologia: con un estudio de los climas de la tierra. México: Fondo de Cultura Econômica, 1948.

KREBS, C. J. Ecological Methodology. New York: Wesley Longman, 2000.

LOPES, S. F. et al. An Ecological Comparison of Floristic Composition in Seasonal Semideciduous Forest in Southeast Brazil: Implications for Conservation. International Journal of Forestry Research v. 2012, p. 1-14, 2012.

LYONS, K. G. et al. Rare Species and Ecosystem Functioning. Conservation Biology, v.19, n. 4, p. 1019-1024. 2005.

MACHADO, E. L. M. et al. Análise comparativa da estrutura e flora do compartimento arbóreo-arbustivo de um remanescente florestal na Fazenda Beira Lago, Lavras, MG. Revista Árvore, Viçosa, v. 28, p. 499-516, 2004.

MARANGON, L. C. et al. Regeneração natural em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual em Viçosa, Minas Gerais. Revista Árvore, Viçosa, v. 32, p. 183-191, 2008.

MARCHIORI, C. H. et al. Parasitóides da Subfamília Eucoilinae (Hymenoptera: Figitidae) coletados em armadilhas de bacias amarelas e armadilhas Malaise em Araporã, Minas Gerais e Itumbiara, Goiás. Arquivos do Instituto Biologico, São Paulo, v. 70, p. 207-209, 2003.

MIKICHI, S. B.; SILVA, S. M. Composição florística e fenologia das espécies zoocóricas de remanascentes de Floresta Estacional Semidecidual no Centro-oeste do Paraná, Brasil. Acta Botanica Brasílica, Novo Horizonte, v. 15, v. 1, p. 89-113, 2000.

MORELLATO, L. P. C. et al. Phenology of Atlantic Rain Forest Trees: A Comparative Study. Biotropica, v. 32, n. 4b, p. 811-823, 2000.

MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aims and methods of vegetation ecology. New York: Wiley & Sons. 1974.

MYERS, N. et al. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, p. 853-858, 2000.

NUNES, Y. R. F. et al. Variações da fisionomia, diversidade e composição de guildas da comunidade arbórea em um fragmento de Floresta Semidecidual em Lavras, MG. Acta Botanica Brasilica, Novo Horizonte, v. 17, p. 213-229, 2003.

OLIVEIRA, P. E. A. M.; PAULA, F. R. Fenologia e biologia reprodutiva de plantas de Matas de Galeria. In: Cerrado: caracterização e recuperação de Matas de Galeria. RIBEIRO, J. F. ; FONSECA, C. A. L. ; SOUSA-SILVA, J. C. (eds.). Planaltina, EMBRAPA Cerrados, 2001. p. 303-328.

OLIVEIRA-FILHO, A. T. et al. Comparison of the woody flora and soils of six areas of Montane Semideciduous Forest in Southern Minas Gerais, Brazil. Edinburgh Journal Botany, v. 51, n. 3, p. 355-389, 1994.

OLIVEIRA-FILHO, A. T.; FONTES, M. A. Patterns of floristic differentiation among atlantic forests in Southern Brazil and the influence of climate. Biotropica, v. 32, n. 4b, p. 793-810, 2000.

OLIVEIRA-FILHO, A. T.; MELLO, J. M.; SCOLFORO, J. R. S. Effects of past disturbance and edges on tree community structure and dynamics within a fragmento of tropical semideciduous forest in south-easten Brazil over five-year period (1987-1992). Plant Ecology, v. 131, p. 45-66, 1997.

PARE, S. et al. Regeneration and spatial distribution of seedling populations in Sudanian dry forests in relation to conservation status and human pressure. Tropical Ecology, v. 50, n. 2, p. 339-353, 2009.

PAULA, A. D. et al. Sucessão ecológica da vegetação arbórea em uma Floresta Estacional Semidecidual, Viçosa, MG, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Novo Horizonte, v. 18, p. 407-423, 2004.

PEARSON, D. L. Vertical stratifcation of birds in a tropical dry forest. The Condor, v. 73, p. 46-55, 1971.

PIVELLO, V. R. et al. Chuva de sementes em fragmentos de Floresta Atlântica (São Paulo, SP, Brasil), sob diferentes situações de conectividade, estrutura florestal e proximidade da borda. Acta Botanica Brasilica, Novo Horizonte, v. 20, p. 845-859, 2006.

PRADO JÚNIOR, J. A. et al. Estrutura da comunidade arbórea em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual localizada na reserva legal da fazenda Irara, Uberlândia, MG. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 26, n. 4, p. 683-647, 2010.

RIZZINI, C. T. Tratado de fitogeografia do Brasil. Âmbito Cultural, 1997.

SALLES, J.C.; SCHIAVINI, I. Estrutura e composição do estrato de regeneração em um fragmento florestal urbano: implicações para a dinâmica e a conservação da comunidade arbórea. Acta Botanica Brasilica, Novo Horizonte, v. 21, p. 223-233, 2007.

SANTOS, K. D.; KINOSHITA, L. S. Flora arbustivo-arbórea do fragmento de Floresta Estacional Semidecidual do Ribeirão Cachoeira, município de Campinas, SP. Acta Botanica Brasilica, Novo Horizonte, v. 17, p. 325-341, 2003.

SCHAAF, T. The Future of Dry Lands. Paris: UNESCO, 2006.

SHEPHERD, G. J. Fitopac Shell 1.6.4.29. Campinas: Depto. de Botânica. UNICAMP, 2006.

SILVA, N. R. S. et al. Composição florística e estrutura de uma Floresta Estacional Semidecidual montana em Viçosa, MG. Revista Árvore, Viçosa, v. 28, p. 397-405, 2004.

SMYTHE, N. Relationships between Fruiting Seasons and Seed Dispersal Methods in a Neotropical Forest. The American Naturalist, v. 104, n. 935, p. 25-35, 1970.

SOUZA, J. P. D. et al. Comparison between canopy trees and arboreal lower strata of urban semideciduous seasonal forest in Araguari, MG. Brazilian Archives of Biology and Technology, Curitiba, v. 49, p. 775-783, 2006.

SPINA, A. P.; FERREIRA, W. N.; LEITÃO-FILHO, H. F. Floração, frutificação e síndromes de dispersão de uma comunidade de Floresta de Brejo na região de Campinas (SP). Acta Botanica Brasilica, Novo Horizonte, v. 15, n. 3, p. 349-368, 2001.

SWAINE, M. D. ; WHITMORE, T. C. On the definition of ecological species groups in tropical rain forests. Vegetatio, v. 75, p. 81-86, 1988.

SWAINE, M. D.; LIEBERMAN, D.; PUTZ, F. E. The dynamics of tree populations in tropical forest: a review. Journal of Tropical Ecology, v. 3, p. 359:366, 1987.

TABARELLI, M.; MANTOVANI, W.; PERES, C. A. Effects of habitat fragmentation on plant guild structure in the montane Atlantic forest of southeastern Brazil. Biological Conservation, v. 91, p. 119-127, 1999.

TONIATO, M. T. Z.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. Variations in tree community composition and structure in a fragment of tropical semideciduous forest in southeastern Brazil related to different human disturbance histories. Forest Ecology and Management, v. 198, p. 319-339, 2004.

TURNER, I. M. Species lossin fragments of tropical rainforest: a review of the evidence. Journal of Applied Ecology, v. 33, p. 200-209, 1996.

VALE, V. S. et al. Composição florística e estrutura do componente arbóreo em um remanescente primário de Floresta Estacional Semidecidual em Araguari, Minas Gerais, Brasil. Hoehnea, Água Funda, v. 36, p. 417-429, 2009.

van der PIJL, L. Principles of dispersal in higher plants. New York: Springer Verlag. 1982.

VELOSO, P. H.; RANGEL FILHO, A. L. R.; LIMA, J. C. A. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. IBGE. 1991.

VIEIRA, D. L. M.; SCARIOT, A. Principles of natural regeneration of tropical dry forests for restoration. Restoration Ecology, v. 14, p. 11-20, 2006.

WALKER, B.; KINZIG, A.; LANGRIDGE, J. Plant Attribute Diversity, Resilience, and Ecosystem Function: The Nature and Significance of Dominant and Minor Species. Ecosystems, v. 2, p. 95-113, 1999.

YAMAMOTO, L. F.; KINOSHITA, L. S.; MARTINS, F. R. Florística dos componentes arbóreo e arbustivo de um trecho da Floresta Estacional Semidecídua Montana, município de Pedreira, estado de São Paulo. Revista Brasileira de Botanica, São Paulo, v. 28, p. 191-202, 2005.

YAMAMOTO, L. F.; KINOSHITA, L. S.; MARTINS, F. R. Síndromes de polinização e de dispersão em fragmentos da Floresta Estacional Semidecídua Montana, SP, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Novo Horizonte, v. 21, p. 553-573, 2007.

ZIPPARRO, V. B. et al. Levantamento florístico de Floresta Atlântica no sul do Estado de São Paulo, Parque Estadual Intervales, Base Saibadela. Biota Neotropica, v. 5, p. 127-144, 2005.

Downloads

Publicado

13-12-2013

Como Citar

Milhomem, M. E. V., Araújo, G. M., & Vale, V. S. do. (2013). Estrutura do estrato arbóreo e regenerativo de um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual em Itumbiara, GO. Ciência Florestal, 23(4), 679–690. https://doi.org/10.5902/1980509812352

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.